Professores se reuniram em Atalaia do Norte para debater o ensino na TIVJ
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) promoveu, entre os dias 22 a 24 de janeiro, um seminário de escuta das demandas educacionais do território etnoeducacional da Terra Indígena do Vale do Javari (TIVJ), no sítio Canaã, em Atalaia do Norte. O evento foi promovido em parceria com a Diretoria de Políticas de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação (MEC), e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). A condução das atividades ficou a cargo do Consultor do MEC/UNESCO, professor Leonardo Ferreira.
O principal objetivo deste seminário foi pensar sobre o desenvolvimento de uma educação distinta e identificada com o conhecimento ancestral e, também foi debater o conceito de Território Etnoeducacional, ouvindo opiniões dos professores e demais lideranças locais.
O foco nesses três dias de atividades foi analisar os desafios, as dificuldades e problemáticas enfrentadas na efetivação das políticas de oferta da educação escolar indígena no território. Além disso, o seminário abordou a nova proposta de governança do governo federal no sentido de promover uma repactuação que alcance melhorias na educação escolar indígena em toda a área da TIVJ.
O processo de avaliação da educação do território e a consequente repactuação não eram realizados desde 2010. Por isso, além de um planejamento para o ano de 2025, foi agendada uma data para a nova repactuação do território etnoeducativo, ainda a ser avaliada pelo Ministério da Educação, além da criação de dez equipes de governança para atender o território do Vale do Javari no que diz respeito a esse tema.
Neste momento em que parentes no estado do Pará lutam pela qualidade do seu sistema educacional, a UNIVAJA acredita que é fundamental para os povos originários debater o tema. Só assim teremos a garantia da preservação das línguas e da cultura, instrumentos tão ricos e importantes dentro do processo de proteção da floresta e dos povos indígenas, garantindo uma vida melhor para as futuras gerações. Afinal, a luta pela educação especializada para os indígenas na TIVJ é um exemplo da relevância do ensino como ferramenta para um desenvolvimento justo e inclusivo dos povos originários.