Povo Tsohom Dyapa
Nós, povo Tsohom-Dyapa, habitamos as regiões do alto rio Jutaí, além das áreas próximas aos rios Jandiatuba e Curuena, no noroeste do Vale do Javari.
Assim como nossos parentes Kanamari, pertencemos à família linguística Katukina. O nome Tsohom Dyapa significa “Povo Tucano”, sendo Tsohom “tucano” e dyapa um sufixo que representa “gente” ou “povo”. Essa denominação carrega em si a força da nossa identidade e a conexão com a natureza que nos cerca.
Localização:
Rio Jutaí
População:146 pessoas (SIASI/SESAI, 2022).
Idioma: Pertence à família linguística Katukina, similar ao idioma dos Kanamari e dos Katukina do rio Biá.
Liderança
Aroh Dyomwük Dyapah.
Aldeias
Jarinal Novo.
O Estado brasileiro nos considera um povo de “recente contato”, mas isso não significa que nossa relação com a terra e nossos parentes seja menos antiga ou significativa. Até hoje não há uma Base de Proteção Etnoambiental da Fundação Nacional dos Povos Indígenas próxima da nossa aldeia Jarinal Novo, localizada no alto curso do rio Jutaí, onde vivemos junto com uma parte do povo Kanamari.
Nosso contato com os não-indígenas aconteceu primeiramente nos anos 1960, quando invasores buscavam borracha, madeira e petróleo em nosso território. Fomos contatados pelos nossos parentes Kanamari e, por um período, trabalhamos para os não-indígenas em troca de mercadorias.
Em 2005, decidimos permanecer na aldeia Jarinal Novo junto aos Kanamari, pois juntos tínhamos melhores chances de resistir aos desafios e ameaças vindas dos kariwa, como chamamos os não-indígenas. Somos hábeis caçadores, utilizando arco e flecha como nossas principais ferramentas para garantir nossa sobrevivência. Vivemos da caça, pesca, e do cultivo em pequenas roças, sempre respeitando os ciclos da floresta.
Hoje, somos o menor povo em número de habitantes no Vale do Javari, mas nossa determinação e nossa identidade permanecem fortes. Lutamos para preservar nossa cultura, nossas tradições e nosso território, sempre ao lado de nossos parentes.
Nós, Tsohom-Dyapa, somos o “Povo Tucano” e seguimos em nossa caminhada, cuidando do nosso território e mantendo vivas as nossas tradições. Estamos juntos para garantir que nossas histórias sejam contadas por nós mesmos e que nosso povo continue existindo com dignidade e autonomia.
