OGM

Organização Geral dos Mayuruna

A Organização Geral dos Mayuruna (OGM) foi fundada em setembro de 2009 por nós, André e Raimundo Mëan, junto com outras lideranças das aldeias, incluindo Raul e Waki Caiçuma, em uma grande Assembleia na Aldeia 31. A OGM surgiu como resposta à necessidade urgente de organização e articulação do povo Matsés diante dos desafios históricos que enfrentamos em relação à proteção de nosso território, educação, saúde e transporte. Desde o início, nossa organização tem trabalhado para garantir que possamos viver com dignidade, mantendo nossas tradições e nosso modo de vida.

Antigas coordenações:

2009 Vitor Mayuruna da Silva e Raimundo Mëan, 2015 Raimundo e Gerson Gomes, 2017 André Mayuruna e Edmilson Nakua, 2019 Ezequiel Pisango e Bene Dunu,

Coordenação atual:

Bene Dunu e Maurício Mawi (2022)

Contato

ogmjavari2@gmail.com

O objetivo principal da OGM é auxiliar nosso povo em suas demandas relacionadas à proteção e ao monitoramento de nosso território, ao transporte para nossas aldeias, e ao acesso a políticas de educação e saúde. Nosso trabalho é garantir que todos os Matsés tenham condições de viver de acordo com nossas tradições, ao mesmo tempo em que acessam direitos que são nossos por garantia constitucional. 

A logo da OGM, desenhada por Lúcio Matsés, é um símbolo da nossa história e da nossa cultura, incorporando elementos que são fundamentais para nossa vida, como a maloca, lanças, arco e flecha, cerâmicas e nossa roça.

Nós representamos 16 aldeias localizadas ao longo dos rios Curuçá, Médio Javari e Jaquirana, e apoiamos quatro casas de vigilância, estrategicamente posicionadas nos baixos cursos dos rios Curuçá, Jaquirana e Pardo, que atuam na proteção territorial contra invasores. Além disso, fazemos parte da Rede de Cooperação Amazônica (RCA), que é fundamental para aprimorar o monitoramento de nosso território, através de cursos, capacitações e intercâmbios sobre manejo de pesca. Trabalhamos em parceria com a FUNAI, SESAI, e SEMED, monitorando suas atividades e realizando denúncias de violações e violências contra nosso povo, sempre lutando por nossos direitos.

Um dos nossos principais esforços tem sido no manejo e na proteção dos recursos naturais em nosso território. Realizamos o projeto de manejo comunitário do Pirarucu, que é uma importante fonte de alimentação e renda para nossas comunidades. Além disso, estamos envolvidos no projeto de produção e escoamento de farinha, ajudando a garantir que nossos produtos cheguem ao mercado e gerem renda para nossas famílias. Também trabalhamos na promoção e fortalecimento do artesanato produzido pelas nossas mulheres, valorizando o papel das mulheres Mayuruna na preservação de nossa cultura.

Desde a nossa fundação, passamos por diversas coordenações, cada uma contribuindo para o fortalecimento da OGM e para os avanços na nossa luta. Entre 2009 e 2015, tivemos Vitor Mayuruna da Silva e Raimundo Mëan à frente da organização, seguidos por Raimundo e Gerson Gomes até 2017. Depois, André Mayuruna e Edmilson Nakua assumiram, e em 2019, Ezequiel Pisango e Bene Dunu tomaram a liderança. Hoje, contamos com Bene Dunu e Maurício Mawi como coordenadores, que seguem comprometidos em garantir os direitos e fortalecer nosso povo.

Em nosso trabalho, realizamos atividades importantes, como o intercâmbio de manejo de pesca em São Gabriel da Cachoeira, que ocorreu em setembro de 2022, promovendo trocas de experiências com outros povos indígenas da Amazônia. Também realizamos reuniões binacionais, nos anos de 2013, 2015, 2017, 2022 e 2024, para discutir estratégias de proteção e o futuro do nosso território, em parceria com os Matsés do lado peruano.

Apesar das dificuldades, a OGM é hoje uma organização indígena que está administrativa, financeira e contabilmente organizada, o que nos permite lutar de forma mais efetiva pelos direitos do nosso povo. 

Hoje, estamos à frente de projetos como o Projeto Mais Floresta, que garantiu a aquisição de um grande barco para apoiar o escoamento da farinha produzida pelas comunidades Mayuruna, reforçando a importância da autossuficiência e da sustentabilidade econômica para o nosso povo. Nossa luta continua, e nossa organização segue crescendo, sempre orientada pela sabedoria dos nossos anciãos e pela força das nossas lideranças, garantindo que o futuro do povo Matsés seja construído por nós, para nós.

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