Category: Notícias do Vale do Javari

Javari Vale da Arte participa de Intercâmbio com a Associação das Mulheres Indígenas da Amazônia- MAPANA

Entre os dias 24 e 26 de julho de 2025, as mulheres artesãs do Javari Vale da Arte participaram do Intercâmbio com a Associação das Mulheres Indígenas da Amazônia (MAPANA), – uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos das mulheres indígenas na região amazônica, com foco no empoderamento social, político e econômico. O encontro, realizado na comunidade de Belém do Solimões, na Terra Indígena (TI) Eware, contou com a participação de cerca de 20 mulheres de etnias da região – Mayuruna, Kanamary, Matis, Marubo e Tikuna – que, durante estes três dias de evento, realizaram oficinas práticas sobre confecções de peças e estratégias de venda. As oficinas também trataram sobre a participação das artesãs em eventos, a criação de embalagens de produtos, estratégias de venda, – presencial e online. O intercâmbio também promoveu uma ampla e importante troca de saberes sobre técnicas, diálogos sobre identidade e ancestralidade. Fortalecer e proteger as Mulheres do Vale do Javari é parte importante do trabalho da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA).  O projeto do Javari Vale da Arte hoje conta com a Casa das Mulheres e da Juventude Indígena, onde é possível conhecer mais e, também comprar os artesanatos da terra indígena. A casa está localizada na Estrada do Boia (S/N) e fica aberta de segunda a sexta das 9h às 12 e das 14h às 17h. Atalaia do Norte 29 de julho de 202

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UNIVAJA realiza o 1° Encontro dos Monitores Etnoambientais da Equipe de Vigilância (EVU)

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) realiza, entre os dias 21 de julho e 1º de agosto, o 1° Encontro dos Monitores Etnoambientais da Equipe de Vigilância da UNIVAJA (EVU) – uma grande reunião que será realizada no  Centro de Treinamento do Quixito. A EVU é um projeto pioneiro em termos de formação de equipes de vigilância em Terra Indígena no Brasil e que existe graças ao apoio e financiamento da Fundação Nia Tero. As equipes da EVU foram formadas aos poucos, passando por diversas etapas durante dois anos e meio até culminar neste momento, o do grande encontro das seis equipes de indígenas que hoje são responsáveis pelo cuidado e proteção das áreas onde vivem dentro da TIVJ. “Este é o último passo do projeto EVU 2.0, que foi apresentado em 2021. Conseguimos cumprir essa meta, realizar todos os treinamentos e, agora, vamos encerrar esse processo com o encontro. São mais de cem pessoas, muitos nem se conhecem. Vamos, também, unir pela primeira vez a todos junto com a turma de veteranos que coordenam a EVU”, explica Possuelo. Em 2024, esse projeto foi agraciado pelo Programa de Desenvolvimento da ONU (PNUD) com o Prêmio Equatorial junto a outras 11 iniciativas de todo o mundo selecionadas entre mais de 600 candidatos. “Esse é um projeto bastante reconhecido internacionalmente, mas pensado completamente para atender demandas de dentro da TI. Há indígenas que trabalham com a gente e nem documento têm ainda. Mas não temos preconceito, aceitamos a todos, participam homens e mulheres de todas as idades (maiores de idade) desde que tenham força de vontade e disposição para trabalhar em campo. Mais do que isso, nós fazemos questão de pagar os vigilantes. Respeitamos o fato de que, mais do que força de vontade, eles fazem um importante trabalho”, complementa o coordenador. A EVU é a única equipe de vigilância do país que paga um salário para seus integrantes. Nesse longo processo, a UNIVAJA desenvolveu projetos de embarcações específicas para trabalhar na TIVJ, as quais incluem uso de energia solar e internet. “Nada foi fácil, mandamos fazer barcos e tivemos que trazê-los pilotando durante sete dias desde Manaus. Todas as etapas tiveram seus desafios. O mais difícil foi gerir o pessoal. Nadamos um bom tempo contra a corrente, mas confiamos nos parentes e agora eles são os responsáveis pelo seu próprio território”, relembra Possuelo. Durante esses 10 dias no CT Quixito os monitores terão sua formação reforçada com oficinas e aulas sobre mecânica, protocolos de segurança, técnicas de sobrevivência, GPS, navegação, manutenção de embarcações (elétrica, hidráulica e fotovoltaica), marcenaria e relatórios e registros de notícia-crime. O Encontro também contará com as presenças de apoiadores como os Expedicionários da Saúde (EDS), do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e da World Wildlife Fund (WWF).  Também estará presente o jornalista Scott Wallace que há 23 anos acompanhou uma expedição no Vale do Javari em busca de sinais de prova da presença de indígenas isolados. Wallace escreveu uma matéria que foi capa da National Geographic e deu origem ao livro “Além da Conquista”. “Estou emocionado em voltar depois de tantos anos, aquela foi uma viagem que mudou a minha vida”, conta o jornalista. O CT Quixito é um antigo projeto idealizado pela UNIVAJA, – finalizado com apoio  Rainforest Foudantion Norway – e que começa a ser utilizado este mês em benefício de todos os povos da Terra Indígena.

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“Como Salvar a Amazônia”: Beto Marubo conta sobre sua participação no livro de Dom Phillips em congresso da Abraji, em São Paulo

“A morte de Bruno e Dom é o equivalente para a nossa geração do que foi a morte do Chico Mendes para a geração anterior”, assim falou sobre o caso o jornalista Rubens Valente, durante a palestra “Bastidores do livro de Dom Phillips: Como Salvar a Amazônia”, durante o 20º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) em São Paulo. Foi na companhia de Rubens e de Andrew Fishman, cofundador do site The Intercept, que o representante em Brasília da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), Beto Marubo contou mais sobre a sua participação no livro “Como Salvar a Amazônia” e suas lembranças ao lado dos dois colegas e amigos que foram brutalmente assassinados em 2022. “Como Salvar a Amazônia”, livro que Dom Phillips estava escrevendo na época foi lançado no dia 05 de junho de 2025, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Brasil, marcando também a data dos três anos da tragédia. Uma obra póstuma que reúne relatos de quem vive na Amazônia, especialistas e pessoas que trabalham diretamente no território. Durante o evento, Beto Marubo compartilhou sua visão do trabalho de Dom, lembrando sua empatia, sensibilidade de escuta e como ele era considerado um profissional de confiança pelos povos indígenas. “Dom publicava exatamente o que a gente dizia”, comentou. Ele rememorou, inclusive, uma conversa sobre o início da escrita do livro: “Quando ele falou o título, achei pretensioso. Brinquei com ele: o que um gringo sabe sobre salvar a Amazônia?”. No entanto, essa era a intenção de Dom, causar questionamento, provocar o interesse em ler. O jornalista Andrew Fishman contou sobre o difícil processo de edição e construção do livro, que conta com 36 coautores. “Eram muitas pessoas, mas, para nossa sorte, Dom era alguém muito organizado, então não foi difícil reunir todo o material que ele já havia produzido. O desafio foi fazer isso depois do que aconteceu e conciliar com todos os colaboradores do livro.” Emocionado, Beto Marubo contou também sobre a sua convivência com o indigenista Bruno Pereira com quem trabalhou no Vale do Javari. “A gente era muito unido, Bruno era como um irmão para mim, ele pensou muito no futuro da terra indígena, Dom morreu porque queria ir lá ouvir os integrantes da Equipe de Vigilância que o Bruno criou”, lembrou. Beto Marubo também participou, em junho, – a convite da editora Bonnier Books e com apoio de amigos e parentes de Dom – de conversas sobre o livro em Londres, junto a Alessandra Sampaio, viúva de Dom. As palestras tiveram mediação do jornalista Tom Phillips, do The Guardian. No mesmo mês “Como Salvar a Amazônia” também foi publicado nos Estados Unidos pela Cheelsea Green Books e no Brasil pela Companhia das Letras. Todos os eventos de lançamento do livro de Dom Phillips tem sido marcados pela emoção e por muitas trocas com o público, muito interessado na história de Bruno e Dom e do Vale do Javari. “Em Londres tivemos que marcar uma segunda conversa inclusive, tamanho era o interesse. Aqui na Abraji também tivemos uma hora e meia só de perguntas. O mais importante é seguir ecoando as vozes de Bruno e Dom pelo mundo, para que não sejam esquecidos e sigam nos ajudando a proteger a floresta”, diz Beto Marubo. No encontro da Abraji o fotógrafo Avener Prado entregou para a UNIVAJA fotos de matérias que fez acompanhando histórias do Vale do Javari, inclusive a morte de Bruno e Dom. Estas imagens serão expostas na sede da UNIVAJA em Atalaia do Norte.   São Paulo 16 de julho de 2025

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UNIVAJA consolida parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas

Plano Pena Justa realizará consulta direta às lideranças indígenas A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) consolida parceria com o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, através do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional e Socioeducativo e o Comitê de Políticas Penais do Amazonas com o objetivo de conscientizar e debater abertamente com a população temas relativos ao tratamento dado aos presos pelo sistema judiciário. Para isso serão realizadas, nos dias 16 e 17 de julho, agendas relacionadas ao tema com a equipe do Plano Pena Justa. Este programa é uma iniciativa nacional para transformar o sistema prisional brasileiro, que busca enfrentar e impedir que sigam ocorrendo violações de direitos dentro das prisões. O programa é coordenado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), e visa melhorar as condições estruturais e os serviços oferecidos aos detentos, além de promover a reintegração social. Nesta busca por melhorias ao atendimento dos presos na Amazônia, serão realizadas duas audiências públicas e uma consulta direta às lideranças indígenas dos povos que compõe a UNIVAJA. As audiências são abertas ao público e serão realizadas nas Câmaras municipais de Atalaia do Norte e Tabatinga. Já a consulta direta aos povos será realizada na sede da UNIVAJA, em Atalaia do Norte. É muito importante a manifestação de todos para garantir um aprimoramento desta situação que é bastante grave, não só para os indígenas, mas para a população em geral. Agenda do Programa Pena Justa: ATALAIA DO NORTE Data: 16 de julho 10h – Audiência Pública na Câmara Municipal de Atalaia do Norte 13h30 às 15h30 – Consulta às lideranças na UNIVAJA TABATINGA 17 de julho 14h Audiência Pública na Câmara Municipal de Tabatinga   UNIVAJA Atalaia do Norte 16 de Julho de 2025

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UNIVAJA realiza audiência Pública sobre Educação na TIVJ e anuncia criação de departamento para tratar do tema

Alciney Rodrigues Dorlis, pedagogo, novo assessor técnico do projeto de educação a UNIVAJA. A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) realizou, nos dias 17 e 18 de março, uma Audiência Pública sobre Educação na Terra Indígena do Vale do Javari, com participação das aldeias via internet e presencial na sede da instituição. Na mesma ocasião foi oficializada a contratação de Alciney Rodrigues Dorlis, como assessor técnico do projeto de educação a UNIVAJA. Durante os dois dias de audiência foi realizado um diagnóstico sobre como está a situação as escolas e do ensino nas aldeias e, também foram apresentadas propostas e ideias sobre como esse processo deve se dar no futuro, com a busca por um modelo etnoeducacional ideal para o território. Estudantes e professores discutiram sobre a educação na TIVJ, o histórico, a sua situação atual e o futuro pedagógico dos povos indígenas desta região do país. A repactuação do território, a etnoeducação, o êxodo do território de quem precisa sair na busca por formação e as dificuldades enfrentadas ao frequentar escolas e universidades em áreas urbanas distantes de sua terra natal foram os principais temas tratados durante os debates.       Para o pedagogo Alciney, agora assessor técnico da UNIVAJA é muito importante este debate para o início dos trabalhos do departamento. “Começamos a trabalhar no processo de formulação de um ato da criação da coordenação de educação da UNIVAJA e num primeiro momento vamos trabalhar na discussão do Projeto Político Pedagógico, pois já existe uma educação escolar indígena, mas precisamos definir calendário, disciplinas, matriz curricular, notas ou conceitos que sejam específicos, respeitando a cultura de cada povo”, observa. O departamento de educação está sendo criado com apoio da Fundação Nia Tero. Participaram do evento a coordenadora da Fundação Nacional do Povos Indígenas do Vale do Javari (FUNAI), Nely Duarte, o coordenador de Frentes de Proteção Etnoambiental (FPE) da Funai, Ilter Rodrigues, coordenadora Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Atalaia do Norte, Neymia Oliveira Mello, a diretora do Instituto de Natureza e Cultura da Universidade Federal da Amazônia (UFAM), Marinete Lourenço Mota, a equipe do Centro de Trabalho Indigenista (CTI) junto a sua coordenadora Maria Elisa Ladeira, e a assessora indigenista Luisa Suriani do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (OPI), além de professores das aldeias e lideranças do Vale do Javari. Também se manifestaram, com participação online, o procurador jurídico da UNIVAJA Eliesio Marubo e os estudantes da Rede de Estudantes Indígenas do Vale do Javari.

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Encontro de Lideranças da TIVJ e Assembleia Extraordinária da UNIVAJA

Foi com muita alegria e cantos tradicionais que terminou, na quinta-feira (27/02), o Encontro de Lideranças e a I Assembleia Extraordinária da União dos Povos do Vale do Javari (UNIVAJA) na Aldeia Txexe Wassa. O evento que durou três dias foi um espaço aberto para o debate e manifestações de líderes dos povos que habitam a segunda maior terra indígena do país e contou com algumas participações como dos Kulina Madiha e do povo de recente contato: os Korubo. Outro fato importante foi a presença da autoridade máxima da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) ao Encontro.     Os Korubo, inclusive, além de participarem em grande número do encontro, sendo um total de 15 pessoas, abriram o evento com uma dança e canto tradicional. Estiveram presentes também os representantes dos povos Matis, Mayuruna, Marubo, Kanamari e Matses, por meio de seus líderes e presidentes de associações que compõe a UNIVAJA, – AMAS, OGM, AKAVAJA, ASDEC, OAMI, AIMA E AIKUVAJA. Os Kulina Madiha, que chegaram no último dia do encontro narraram as sérias dificuldades que sofrem em sua área e pediram união e ajuda para enfrentar invasores e outros problemas pelos quais passam em suas aldeias. A única ausência no evento foi a do povo de recente contato Tsohom-dyapa. Nos dois primeiros dias a coordenação executiva da Univaja fez um panorama sobre a captação de recursos, o andamento e a estrutura de projetos em andamento da entidade. Beto Marubo explicou como funciona a representação em Brasília trazendo que o trabalho teve início com o antigo coordenador da Univaja, Paulo, e que é com este trabalho e ação da representação em Brasília que é possível encontrar novos parceiros e garantir a captação de recursos, além de manter conversas com os órgãos governamentais responsáveis pelas políticas indigenistas para o Vale do Javari. A fala da coordenação executiva também contou com o procurador jurídico da Univaja, Eliesio Marubo, explicando sobre as ações pelas quais ele é responsável, como processos, contratos e assessoria jurídica aos parentes.   Também foram realizadas apresentações das atividades e resultados do ano de 2024 como o fortalecimento das associações de base, cursos de capacitação em parceria com o Sebrae, editais de financiamento; Projeto Vale da Arte e suas ações de fortalecimento do artesanato indígena da TIVJ e potencialização política das mulheres indígenas; projeto de comunicação em implantação, com estruturação de equipe de comunicadores na TIVJ; projeto da Equipe de Vigilância da UNIVAJA (EVU). Também foi apresentado pela gestora financeira o processo de prestação de contas apresentando os dois eixos principais de atuação da Univaja: proteção territorial e fortalecimento institucional, evidenciando que foi uma escolha das lideranças esses dois eixos de atuação. As ações apresentadas em sua maioria foram executadas em 2024 e algumas serão 2025, incluindo os gastos das ações ocorridas em 2024. No segundo dia o Encontro contou com a presença da Presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana e equipe que foram recebidos calorosamente pelas mulheres indígenas. Foi o momento das lideranças falarem diretamente à maior autoridade do país do órgão governamental apresentando solicitações e tirando dúvidas sobre as ações da FUNAI. Também foi assinado por Joenia, junto com a UNIVAJA, o Protocolo de Intenções para diversas ações na TIVJ, tais como: fortalecimento das ações políticas; sustentabilidade, economia da biodiversidade e autonomia dos povos do Vale do Javari; gestão e proteção territorial; fortalecimento das associações indígenas; políticas de saúde e bem-estar; pesquisas interculturais e outros temas relacionados a proteção da Amazônia e bem viver indígena. O objetivo é que a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica ocorra em abril/25, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília. Questões relacionadas a educação e como lidar com a necessidade de sair da terra indígena para que seja possível completar os estudos foi um dos temas mais comentados durantes as plenárias, inclusive por Jorge Marubo, um dos representantes da Rede de Estudantes Indígenas do Vale do Javari (Reivaja). A importância de dar apoio a estes estudantes de forma mais concreta foi reconhecida pelos dirigentes da UNIVAJA e, inclusive, no dia 26 de fevereiro, o coordenador da UNIVAJA informou que foi assinado Acordo de Doação com a Nia Tero Foundation para iniciar projeto de Educação Indígena para a TIVJ ainda este ano. No terceiro dia foi realizada a I Assembleia Extraordinária da UNIVAJA com a leitura e votação sobre as alterações realizadas para reforma do estatuto. Estavam presentes 10 delegados dos Mayurunas, dos Kanamari, dos Korubos, dos Matis, dos Marubo e 03 dos Kulina-Pano. Foram debatidos cada um dos artigos alterados, efetuados os ajustes e, ao final, foi aprovado o novo Estatuto Social da UNIVAJA, sendo que esta atividade terá ata específica, a qual deverá ser registrada e divulgada conforme as definições legais. As Associações de Base AMAS, OGM e o Coletivo de Mulheres MAI também realizaram apresentação de suas atividades, assim como os parceiros como CTI, FAS e Frente de Proteção – FUNAI. Victor Txai, indigenista da FUNAI que já atuou na região, também apresentou sua pesquisa de mestrado a respeito da exploração de petróleo na década de 70 e 80 na TIVJ. O convite vem ao encontro da elaboração de uma carta sobre a posição contrária da TIVJ sobre exploração de petróleo na região e na foz do Amazonas. Ao final do evento, Bushe Matis convidou Darcy Marubo, Waki Mayuruna/Caiçuma e Clovis Marubo, que iniciaram o movimento indígena no Vale do Javari para realizarem suas falas e reverenciou a entrega que eles realizaram com a demarcação da TIVJ, ocorrida em 02/05/2001, homologada em 2011. E, conforme votação ficou já ficou determinado que o próximo encontro será realizado no Centro de Treinamento do Quixito que está em obras e deve ficar pronto até a metade do ano de 2024.    

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Indígenas do Vale do Javari realizam manifestações contra o Marco Temporal.

Manifestações aconteceram na data da retomada do julgamento da tese do Marco Temporal, no Supremo Tribunal Federal(STF).   Indígenas  dos povos Kanamari, Matis, Mayuruna, Marubo e Kulina promoveram manifestações contra o Marco temporal, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas. As atividades foram realizadas no último dia 7 de Junho, data em que se marcou a retomada do julgamento da tese do Marco Temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) em Brasília. Os indígenas se reuniram na sede da União dos Povos indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) e saíram em marcha pelas ruas até a praça da cidade onde na oportunidade, algumas lideranças indígenas ressaltaram o quanto essa tese retrata mais uma tentativa de extermínio em massa dos Povos Indígenas. As manifestações realizadas no Vale do Javari somaram forças com outras milhares de manifestações realizadas por indígenas em todo o país. Ao fim, os indígenas retornaram até a sede da UNIVAJA para acompanhar o julgamento. o Primeiro voto da sessão, e o terceiro do julgamento, foi do ministro Alexandre de Moraes que votou contra a tese do marco temporal. Após o voto de Moraes, o ministro André Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, pediu vistas do processo (mais tempo para analisar o caso) e o julgamento foi novamente adiado. Agora, o STF tem até 90 dias para colocar novamente o caso na pauta de votação. A UNIVAJA destacou que a luta continua e desistir não é uma opção.

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Atividades de garimpeiros avançam no AM e ameaçam povos indígenas isolados do Vale do Javari

Estimativa é que 6 mil indígenas de etnias diferentes morem na terra indígena. Região maior concentração de índios isolados do mundo G1. Atividades de garimpeiros avançam no AM e ameaçam povos indígenas isolados do Vale do Javari. Disponível em: Link. Acesso feito em: 09/10/2020. Dragas são identificadas realizando atividades de garimpo ao lado de terra indígena no AM. — Foto: Reprodução/Univaja Novas atividades de garimpo no Amazonas foram identificadas pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), organização que representa sete povos que vivem na região. A invasão de garimpeiros na área representa ameaça, ainda, a índios isolados. A estimativa é que 6 mil indígenas de etnias diferentes morem na terra indígena Vale do Javari, no estado. A região também abriga a maior concentração de índios isolados do mundo. Na semana passada, a entidade identificou pelo menos cinco dragas no rio Jutaí, funcionando dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Cujubim, no limite da terra indígena. No mês de março, início da pandemia de Covid-19, a Fundação Nacional do Índio (Funai) havia suspendido as autorizações para ingresso em Terras Indígenas. O órgão informou à Rede Amazônica que existem quatro bases de Proteção Etnoambiental em funcionamento no Vale do Javari.   Insistência de garimpeiros Essa não é a primeira vez que garimpeiros invadem a região. Há um ano, a Polícia Federal destruiu 60 balsas na mesma área e, no mês passado, uma operação desativou quatro dragas no rio Bóia, também dentro do Vale do Javari. Thodá Kanamari, vice-coordenador da Univaja, denuncia a tentativa de garimpeiros de comprarem apoio de líderes indígenas da comunidade do Jarinal. “Então eles oferecem esses benefícios para eles. Recursos só para eles conquistarem a confiança para querer entrar na terra indígena. Os parentes não querem que entrem, eles não negociam com eles”, disse. Povos indígenas vivem no Vale do Javari, no Amazonas. — Foto: Reprodução/Univaja Índios isolados ameaçados Em um avião de pequeno porte, representantes da Univaja sobrevoaram a região e avistaram malocas dos índios Korubo, que são um povo isolado. As moradias estão em locais diferentes de onde costumavam ocupar, segundo Thodá. “Porque a presença do isolado está se aproximando cada vez mais, aí os garimpeiros entram na área para poder caçar, pescar.. Então eles ouvem tiros, né? E mudam de lugar porque eles não querem que os garimpeiros façam contato com eles e também não querem pegar tiro. Então cada vez mais vão se afastando do local”, contou. Caçadores, pescadores, garimpeiros e missionários cercam os indígenas na região. Em setembro do ano passado, índios da etnia Matis encontraram um missionário americano e denunciaram às autoridades. Índios isolados da Amazônia são ameaçados por presença de garimpeiros. — Foto: Arquivo/Funai Ele estava a 20 Km da antiga aldeia dos Korubo. A nova está exatamente no local onde, naquele momento, ele foi descoberto pelos índios. Em abril, a Justiça Federal determinou a saída dos missionários, ressaltando o respeito aos povos isolados e a ameaça da Covid-19. A Justiça pediu que a Funai fizesse valer a determinação. A área tem quatro bases de fiscalização e uma delas vem sofrendo constantes ataques de violência, segundo informou o assessor da Univaja, Beto Marubo. “… em 2019 a base do Ituí foi atacada umas nove vezes, isso motivou inclusive a ida da Força Nacional. Agora, infelizmente, a força Nacional atua numa região mas nós temos lá 9, 10 homens super armados mas não há condição de trabalho, não há equipamentos, não há barcos, não há combustível, então finda que o trabalho né, hoje ironicamente em plena pandemia e com aparato policial na base do Ituí, nós temos o aumento das invasões nessa região ou seja algo não faz sentido né se não tiver o trabalho”, contou. Malocas de índios Korubo são vistas na terra indígena Vale do Javari, no Amazonas. — Foto: Reprodução/Univaja   Proteção aos indígenas A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou, em nota, que atua no reforço às ações de monitoramento e vigilância territorial, por meio de suas unidades descentralizadas presentes na região. Atualmente são 4 Bases de Proteção Etnoambiental em funcionamento no Vale do Javari. Conforme a nota, em articulação com órgãos ambientais e de segurança pública, a Funai também fortalece a proteção nos territórios indígenas por meio de operações de fiscalização para combater ilícitos, como a atividade de garimpo. Além disso, em parceria com forças policiais e órgãos de saúde, a fundação disse que atua em barreiras sanitárias para impedir a entrada de não indígenas nas aldeias da região e evitar a disseminação do novo coronavírus entre as comunidades. O órgão ressaltou que também participa da Operação Verde Brasil 2, deflagrada pelo governo federal para executar ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais na Amazônia Legal. Segundo Eliésio Marubo, procurador da Univaja, todos esses problemas têm a ver com a forma de condução da política indigenista no Brasil. “É uma política pública que deve ser levada a sério e ela não tem encontrado lugar na conjuntura política atual. Se essa política pública for levada da forma que ela precisa ser levada observando interesse público, certamente, os servidores serão lotados, certamente, os servidores terão a segurança necessária para desempenhar a função pública”, declarou. *Com colaboração de Daniela Branches e Luciane Marques, da Rede Amazônica.

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Rieli Franciscato: saiba quem era e veja a repercussão da morte de um dos principais indigenistas do país

Reconhecido como um dos maiores defensores dos povos indígenas isolados, indigenista morreu na quarta-feira (9) após ser atingido por uma flechada no tórax HOLANDA, Diego e SUBTIL, Mayara. Rieli Franciscato: saiba quem era e veja a repercussão da morte de um dos principais indigenistas do país. G1. Disponível em: Link. Acesso feito em: 10/09/2020. Rieli Franciscato era considerado um dos maiores indigenistas em atuação no Brasil — Foto: Reprodução/Redes sociais   Perfil de Rieli Franciscato Nascido no Paraná, Rieli Franciscato saiu do estado de origem com sete anos de idade, passou por Mato Grosso e chegou em Rondônia no ano de 1985. A família de Rieli, com tradição na agricultura, foi para uma propriedade vizinha: a terra indígena Rio Branco. Em 2015, em entrevista a pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), Franciscato relatou que na infância não tinha muito conhecimento sobre a cultura indígena. “E eu, de índio, sabia aquilo que aprendemos na escola! Não sabia nada, ou seja, sabia que o índio era sujo e que comia comidas diferentes, estranhas”, declarou Rieli na época. O profissional lembrou que o acesso à região era muito difícil e que uma das formas dos indígenas conseguirem objetos que precisavam seria procurando as terras deles, em Alta Floresta do Oeste (RO). Assim, começou o contato entre o indigenista e os povos tradicionais da região. “A gente ficava até um pouco preocupado, porque diziam que o índio roubava muito, aquela coisa preconceituosa mesmo com o índio, não é? E aí nossa relação foi se construindo, e fomos percebendo que não tinha nada a ver com o que ouvíamos, ou seja, era um pessoal respeitoso, que respeitava muito a gente. E foi se estabelecendo a nossa relação, foi se consolidando”. Na entrevista concedida no Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas da Universidade de Brasília (UnB), Rieli relatou que nessa época, com a mudança na unidade da Funai que dava assistência na área, aumentou a movimentação nas terras. “Foi nessa transição, passando da Administração Regional de Guajará-Mirim para Porto Velho, que começaram a aparecer aqueles primeiros carreadores – estradas que chegavam próximo à Terra Indígena, ou chegavam até o Rio Branco –, que davam acesso à Terra Indígena. E aí, desse momento em diante, eles acabaram ficando muito abandonados, né, e aí eles recorrendo à gente. Então veio a história da venda da madeira ali na região de Alta Floresta, que é um local muito rico em madeira, assim como na Terra Indígena. E essa exploração foi indo e foi chegando até a Terra Indígena”. Rieli Franciscato se aproximou dos indígenas, se tornou um forte aliado e atuou na defesa do território contra invasores que roubavam madeira. Ficou conhecido e foi indicado pela Funai para começar um trabalho com os indígenas isolados da Reserva Biológica do Guaporé, em 1988.   Repercussão Funai “A Fundação Nacional do Índio (Funai) vem a público comunicar, com imenso pesar, o falecimento do servidor Rieli Franciscato, aos 56 anos, nesta quarta-feira (09), em Seringueiras, estado de Rondônia. A fundação também informa que acompanha o caso. Rieli era coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru Eu Wau Wau e somava mais de 30 anos de dedicação à proteção dos índios isolados no Brasil. ‘Rieli dedicou a vida à causa indígena. Com mais de três décadas de serviços prestados na área, deixa um imenso legado para a política de proteção desses povos’, afirma o coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato da Funai, Ricardo Lopes Dias. A fundação lamenta profundamente a perda e manifesta solidariedade aos familiares e colegas do servidor. As equipes da Coordenação Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) e das Frentes de Proteção Etnoambiental se despedem de Rieli com carinho, respeito e admiração.” Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e o Opi-Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Isolados e de Recente Contato Em nota os órgãos informaram que os “Isolados do Cautário”, são sobreviventes de massacres ocorridos em Rondônia desde os anos 1980, quando “o governo militar encampou um processo de colonização na região com a construção de estradas, forçando o contato que acarretou o extermínio de inúmeros povos indígenas da região”. “A precoce partida de um dos mais experientes sertanistas da atualidade representa uma perda irreparável para o indigenismo brasileiro, como também para todos aqueles que militam em prol dos direitos humanos e da conservação da floresta Amazônica. Sua morte revela ainda a urgente necessidade de implementação de medidas efetivas de proteção dessas populações e de seus territórios cada vez mais invadidos por posseiros, madeireiros, em uma das áreas mais vulneráveis no país”. “Além disso, alertamos para a necessidade urgente para a estruturação da Frente de Proteção Etnoambiental Uru Eu Wau Wau e a permanente vigilância dos territórios dos povos isolados da região. A morte de Rieli não pode deixar um flanco aberto para os invasores que ele sempre combateu”. Giseli Bleggi, procuradora da República em RO “O indigenista Rieli nos mantinha informado quase semanalmente na Frente de Proteção Etnoambiental que ele ocupava a função e ele fazia esse panorama se esses indígenas estavam tentando fazer contato ou se foi só uma aparição eventual. Agora, realmente os povos ficam muito mais vulnerabilizados porque não têm mais ele lá pra fazer esse serviço que ele fazia exemplarmente. Foi uma fatalidade, uma tragédia, porque ele era uma das pessoas que tinha maior amor à causa e defendia os indígenas. O MPF perdeu um pilar que era uma pessoa que dava apoio, suporte, nas causas que a gente protegia.” Dom Roque Paloschi, arcebispo de Porto Velho e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) “Os missionários do Cimi têm uma grande estima por ele, pelo trabalho e pela dedicação ao longo de 30 anos em relação aos grupos isolados. Todo mundo sofre nessa hora.” Ivaneide Bandeira, coordenadora da ONG Kanindé “O Rieli era um dos maiores indigenistas desse país. Dedicou sua vida na defesa dos índios isolados e a morte dele só mostra o quanto está frágil a proteção

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Coronavírus pode causar ‘genocídio’ de povos indígenas do Vale do Javari, no AM, diz representante de comunidade

Amazonas possui mais de 600 casos confirmados entre indígenas em todo Estado ELIAS, Roney. Coronavírus pode causar ‘genocídio’ de povos indígenas do Vale do Javari, no AM, diz representante de comunidade. G1. Disponível em: Link. Acesso feito em: 04/06/2020. Índios da etnia korubo do Vale do Javari. — Foto: Divulgação/Funai Diante do avanço dos casos de coronavírus entre a população indígena do Amazonas, o procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo disse que é esperado o genocídio da comunidade, ou seja, extermínio parcial ou total desses povos. O Amazonas registrou, até esta quinta-feira (4), 46,4 mil casos confirmados da doença em todo o estado, sendo 668 em indígenas, segundo boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). Só no município de Atalaia do Norte, que concentra 85% das terras indígenas do Vale do Javari, já são 89 casos confirmados de coronavírus, sendo dois em indígenas, de acordo com o último boletim da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS AM). À medida que o novo coronavírus se espalha entre os povos indígenas cresce também a preocupação de que comunidades indígenas sejam extintas pela Covid-19. O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo disse que uma ação já foi feita para cobrar das autoridades competentes medidas para evitar a propagação do vírus. “Nós já estamos trabalhando numa forma de instar as autoridades a justificarem porque esse contágio aconteceu e qual o plano de ação, como será desenvolvido. Com o ingresso do vírus na nossa comunidade vamos esperar uma grande mortandade de pessoas. O genocídio já está anunciado no Vale do Javari e a partir de agora vamos contabilizar os corpos”, contou. Na ação, o procurador pede o afastamento de pessoas ao convívio da comunidade, como missionários e, se for preciso, que se faça uso de autoridade policial ou militar para isso. “A nossa maior preocupação hoje é resguardar os interesses das comunidades indígenas”, concluiu. Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), medidas foram adotadas para evitar a propagação do novo coronavírus. Com relação à restrição de acesso às Terras Indígenas, uma portaria assinada em março estabelece medidas temporárias de prevenção à infecção e propagação do novo coronavírus. Dentre elas, está a suspensão por tempo indeterminado das autorizações para ingresso em Terras Indígenas, bem como de todas atividades que impliquem o contanto com comunidades indígenas isoladas.   Segunda maior terra indígena demarcada A terra indígena Vale do Javari tem área de 8,5 milhões de hectares e faz fronteira com o Peru. É a segunda maior terra indígena demarcada do Brasil, atrás apenas da Yanomami, de 9,6 milhões de hectares de extensão. Servidores da Funai consideram a base de Ituí, atacada em novembro, como fundamental para a proteção da terra indígena. Dos 28 registros confirmados de índios isolados no país, 10 estão no Vale do Javari. Na região, vivem mais de cinco mil índios de sete etnias: marubo, mayoruna, matís, kanamari, kulina, korubo e tsohom-djapá, além de dezenas de grupos de índios isolados. *Com informações de Roney Elias, da Rede Amazônica  

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