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Saúde em foco no Março Lilás na UNIVAJA

Neste Mês da Mulher, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) promoveu, nos dias 12, 13 e 14 de março, com importantes palestras sobre a saúde da mulher indígena com a enfermeira Maria Neicione e a psicóloga do Distrito Especial Sanitário Indígena (DSEI) Celane da Cunha Martins. A saúde mental e a prevenção de doenças foram o foco principal das palestras, que tem como objetivo compartilhar estas informações que são essenciais para a qualidade de vida de todas as mulheres da Terra Indígena do Vale do Javari.

Quando e como pedir ajuda, como encarar dificuldades e não se isolar diante dos desafios foram alguns dos temas mencionados na palestra sobre saúde mental pela psicóloga Celane Martins. “Nós somos a roça do mundo, então nós precisamos nos cuidar, para nossa roça ficar bonita nós temos que estar bem, as mulheres acabam cuidando muito dos outros e esquecem de si mesmas”, lembrou a psicóloga. Ela também falou sobre como a colaboração e a amizade entre as mulheres pode fazer a diferença na hora de encarar os problemas.


Já a enfermeira Maria Nelcione destacou a importância da realização de exames preventivos de diversas doenças, entre elas o câncer do colo do útero, – um dos que mais mata mulheres no Brasil hoje – e, também, outros exames que podem e devem ser feitos anualmente para evitar sérias questões de saúde. Nelcione também comentou sobre a vacina contra o vírus HPV que deve ser tomada, na rede SUS, por meninos e meninas entre os 9 e os 14 anos.

A enfermeira comentou ainda que a abertura de diálogo através de palestras como essa já fez com que algumas mulheres a procurassem e permitiu a realização de exames que detectaram câncer em estágio inicial, permitindo o tratamento e a cura. Ela também reforça que as mulheres devem evitar bebidas e cigarro, causadores de doenças.

A UNIVAJA em parceria com o Vale da Arte promove estas atividades dentro do Março Lilás, uma campanha nacional que visa conscientizar e incentivar o cuidado com a saúde feminina.

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Encontro de Lideranças da TIVJ e Assembleia Extraordinária da UNIVAJA

Foi com muita alegria e cantos tradicionais que terminou, na quinta-feira (27/02), o Encontro de Lideranças e a I Assembleia Extraordinária da União dos Povos do Vale do Javari (UNIVAJA) na Aldeia Txexe Wassa. O evento que durou três dias foi um espaço aberto para o debate e manifestações de líderes dos povos que habitam a segunda maior terra indígena do país e contou com algumas participações como dos Kulina Madiha e do povo de recente contato: os Korubo. Outro fato importante foi a presença da autoridade máxima da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI) ao Encontro.

   

Os Korubo, inclusive, além de participarem em grande número do encontro, sendo um total de 15 pessoas, abriram o evento com uma dança e canto tradicional. Estiveram presentes também os representantes dos povos Matis, Mayuruna, Marubo, Kanamari e Matses, por meio de seus líderes e presidentes de associações que compõe a UNIVAJA, – AMAS, OGM, AKAVAJA, ASDEC, OAMI, AIMA E AIKUVAJA. Os Kulina Madiha, que chegaram no último dia do encontro narraram as sérias dificuldades que sofrem em sua área e pediram união e ajuda para enfrentar invasores e outros problemas pelos quais passam em suas aldeias. A única ausência no evento foi a do povo de recente contato Tsohom-dyapa.

Chegada de Joenia Wapichana na Aldeia ao lado de Bushe Matis coordenador da UNIVAJA.

Nos dois primeiros dias a coordenação executiva da Univaja fez um panorama sobre a captação de recursos, o andamento e a estrutura de projetos em andamento da entidade. Beto Marubo explicou como funciona a representação em Brasília trazendo que o trabalho teve início com o antigo coordenador da Univaja, Paulo, e que é com este trabalho e ação da representação em Brasília que é possível encontrar novos parceiros e garantir a captação de recursos, além de manter conversas com os órgãos governamentais responsáveis pelas políticas indigenistas para o Vale do Javari. A fala da coordenação executiva também contou com o procurador jurídico da Univaja, Eliesio Marubo, explicando sobre as ações pelas quais ele é responsável, como processos, contratos e assessoria jurídica aos parentes.

 

Também foram realizadas apresentações das atividades e resultados do ano de 2024 como o fortalecimento das associações de base, cursos de capacitação em parceria com o Sebrae, editais de financiamento; Projeto Vale da Arte e suas ações de fortalecimento do artesanato indígena da TIVJ e potencialização política das mulheres indígenas; projeto de comunicação em implantação, com estruturação de equipe de comunicadores na TIVJ; projeto da Equipe de Vigilância da UNIVAJA (EVU). Também foi apresentado pela gestora financeira o processo de prestação de contas apresentando os dois eixos principais de atuação da Univaja: proteção territorial e fortalecimento institucional, evidenciando que foi uma escolha das lideranças esses dois eixos de atuação. As ações apresentadas em sua maioria foram executadas em 2024 e algumas serão 2025, incluindo os gastos das ações ocorridas em 2024.

Joenia Wapichana assinou o protocolo de intenções com a UNIVAJA.

No segundo dia o Encontro contou com a presença da Presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana e equipe que foram recebidos calorosamente pelas mulheres indígenas. Foi o momento das lideranças falarem diretamente à maior autoridade do país do órgão governamental apresentando solicitações e tirando dúvidas sobre as ações da FUNAI. Também foi assinado por Joenia, junto com a UNIVAJA, o Protocolo de Intenções para diversas ações na TIVJ, tais como: fortalecimento das ações políticas; sustentabilidade, economia da biodiversidade e autonomia dos povos do Vale do Javari; gestão e proteção territorial; fortalecimento das associações indígenas; políticas de saúde e bem-estar; pesquisas interculturais e outros temas relacionados a proteção da Amazônia e bem viver indígena. O objetivo é que a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica ocorra em abril/25, durante o Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília.

Durante a assembleia todos os representantes de seus povos puderam votar aprovando ou não os novos artigos do Estatuto da UNIVAJA.

Questões relacionadas a educação e como lidar com a necessidade de sair da terra indígena para que seja possível completar os estudos foi um dos temas mais comentados durantes as plenárias, inclusive por Jorge Marubo, um dos representantes da Rede de Estudantes Indígenas do Vale do Javari (Reivaja). A importância de dar apoio a estes estudantes de forma mais concreta foi reconhecida pelos dirigentes da UNIVAJA e, inclusive, no dia 26 de fevereiro, o coordenador da UNIVAJA informou que foi assinado Acordo de Doação com a Nia Tero Foundation para iniciar projeto de Educação Indígena para a TIVJ ainda este ano.

No terceiro dia foi realizada a I Assembleia Extraordinária da UNIVAJA com a leitura e votação sobre as alterações realizadas para reforma do estatuto. Estavam presentes 10 delegados dos Mayurunas, dos Kanamari, dos Korubos, dos Matis, dos Marubo e 03 dos Kulina-Pano. Foram debatidos cada um dos artigos alterados, efetuados os ajustes e, ao final, foi aprovado o novo Estatuto Social da UNIVAJA, sendo que esta atividade terá ata específica, a qual deverá ser registrada e divulgada conforme as definições legais.
As Associações de Base AMAS, OGM e o Coletivo de Mulheres MAI também realizaram apresentação de suas atividades, assim como os parceiros como CTI, FAS e Frente de Proteção – FUNAI. Victor Txai, indigenista da FUNAI que já atuou na região, também apresentou sua pesquisa de mestrado a respeito da exploração de petróleo na década de 70 e 80 na TIVJ. O convite vem ao encontro da elaboração de uma carta sobre a posição contrária da TIVJ sobre exploração de petróleo na região e na foz do Amazonas.

Encerramento do Encontro e da Assembleia com representantes de todos os povos.

Ao final do evento, Bushe Matis convidou Darcy Marubo, Waki Mayuruna/Caiçuma e Clovis Marubo, que iniciaram o movimento indígena no Vale do Javari para realizarem suas falas e reverenciou a entrega que eles realizaram com a demarcação da TIVJ, ocorrida em 02/05/2001, homologada em 2011. E, conforme votação ficou já ficou determinado que o próximo encontro será realizado no Centro de Treinamento do Quixito que está em obras e deve ficar pronto até a metade do ano de 2024.

Equipe técnica da UNIVAJA apresentou o trabalho realizado no ano de 2024 durante o Encontro de Lideranças

 

 

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UNIVAJA realiza encontro de planejamento anual com líderes indígenas e apoiadores

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) realizou nesta semana uma série de encontros com apoio da ONG Somos Ser, para debater e pensar sobre os planos da organização para o ano de 2025 com a avaliação das perspectivas futuras. Durante estes dias a coordenação, junto a equipe técnica e lideranças indígenas presentes em Atalaia do Norte também fizeram uma análise de todos os projetos que a UNIVAJA já vem empreendendo e tudo que envolve a garantia da preservação e proteção da vida dos povos que vivem na Terra Indígena do Vale do Javari (TIVJ)

“A missão da UNIVAJA é como um canto que todo mundo canta junto, o Vale do Javari é complexo, são diferentes idiomas e modos de vida diferentes que precisam ser alinhados com o amadurecimento da instituição para que todos da TI possam viver em harmonia”, disse Iracema Marques da Somos Ser. Para Laura Gurgel, também da ONG, a UNIVAJA tem o papel de atuar como a base estruturante de todas as ações importantes os povos que vão desde a geração de renda, a participação das mulheres, melhoria da gestão, ações de defensoria jurídica e também o relacionamento institucional com o mundo fora da TIVJ.

“A UNIVAJA começou a desenvolver em 2024 o protocolo de consulta e, também retomamos o nosso Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA), estamos no caminho para melhorar a nossa gestão e seguimos em conversa com as lideranças locais para entender todas as necessidades dos nossos povos e, a partir daí, buscar novos projetos”, comenta Bushe Matis, coordenador da UNIVAJA.

Para Nara Baré, diretora da Nia Tero, presente ao encontro este tipo de planejamento é muito importante para que os povos indígenas trabalhem seus próprios projetos e caminhos. Também participaram das reuniões representantes de instituições como Priscilla Oliveira, pesquisadora e ativista da Survival International e a equipe Centro de Trabalho Indigenista.

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Nota de posicionamento sobre mudanças na composição da Comissão junto ao STF para tratar do Marco Temporal

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) considera irresponsável e imprudente a substituição da deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) na comissão de conciliação junto ao Supremo Tribunal Federal em que se debate o Marco Temporal das terras indígenas. Xakriabá era suplente do deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO) e foi substituída pela deputada Silvia Waiãpi (PL-AP).
A deputada Célia Xakriabá, além de ter comparecido a 75% das sessões, é reconhecida por seus pares e pelo movimento indígena como sua legítima representante, credibilidade que a deputada do PL não possui. Mais o que isso, não há nenhum registro da participação desta deputada nas sessões que debatem o tema – o que torna ainda mais preocupante esta indicação em um tema de tal importância, visto que gera extrema insegurança jurídica para todos os povos originários do país.

A UNIVAJA entende que, devido à grande importância deste tema, é necessário realizar um debate que ao final seja reconhecido por todas as partes. Caso contrário, nenhuma decisão poderá ser totalmente aceita ou admitida. Os povos originários já viviam no território que hoje é chamado de Brasil muito antes da chegada dos colonizadores.

Respeitar e considerar essa ampla história é também conservar as origens e as verdadeiras raízes do Brasil. Os povos indígenas protegem e preservam a floresta que hoje garante o regime de chuvas que viabiliza a vida em outras partes do país e ainda ajudam a combater as mudanças climáticas em todo o mundo. Tratar a questão da preservação do território sem o devido respeito é ter irresponsabilidade com o futuro do país e do planeta.

UNIVAJA
Atalaia do Norte
18 de fevereiro de 2025

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UNIVAJA realiza reunião com a FUNAI para elaboração de acordo de cooperação

Representantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) realizaram reunião com a presidenta da Funai, Joenia Wapichana, nesta terça-feira (4), em Brasília. O objetivo do encontro foi discutir a elaboração de um Acordo de Cooperação – um instrumento que irá aprimorar a atuação da Funai e da organização indígena em favor do fortalecimento da proteção à Terra Indígena Vale do Javari (TIVJ).

Presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana, e representantes da UNIVAJA. Fotos: Mário Vilela/ FUNAI

Estiveram presentes na reunião os representantes da UNIVAJA em Brasília: Beto Marubo, o procurador jurídico, Eliesio Marubo, e a coordenadora de gestão, Laura Macedo. A expectativa da UNIVAJA é que o acordo de cooperação agilize processos de proteção dos indígenas na TIVJ, uma área bastante visada por invasores. Outro objetivo é facilitar processos de entrada no território dos profissionais que trabalham por melhorias na qualidade de vida dos povos que habitam o Vale do Javari.

Equipe da UNIVAJA em reunião com a Presidenta da FUNAI, Joenia Wapichana. Fotos: Mário Vilela/FUNAI

A presidenta Joenia Wapichana, acompanhada da equipe técnica da Funai, destacou o interesse da entidade na construção de parcerias voltadas à promoção e à proteção dos direitos dos povos indígenas e dos povos isolados, que são os que tem pouco ou nenhum contato com a sociedade para além da terra indígena. A atenção a essas populações é essencial para o território do Vale do Javari, que abriga a maior concentração de povos indígenas em isolamento do mundo.

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UNIVAJA promove encontro sobre educação indígena

Professores se reuniram em Atalaia do Norte para debater o ensino na TIVJ

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) promoveu, entre os dias 22 a 24 de janeiro, um seminário de escuta das demandas educacionais do território etnoeducacional da Terra Indígena do Vale do Javari (TIVJ), no sítio Canaã, em Atalaia do Norte. O evento foi promovido em parceria com a Diretoria de Políticas de Educação Escolar Indígena do Ministério da Educação (MEC), e com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI). A condução das atividades ficou a cargo do Consultor do MEC/UNESCO, professor Leonardo Ferreira.

O principal objetivo deste seminário foi pensar sobre o desenvolvimento de uma educação distinta e identificada com o conhecimento ancestral e, também foi debater o conceito de Território Etnoeducacional, ouvindo opiniões dos professores e demais lideranças locais.
O foco nesses três dias de atividades foi analisar os desafios, as dificuldades e problemáticas enfrentadas na efetivação das políticas de oferta da educação escolar indígena no território. Além disso, o seminário abordou a nova proposta de governança do governo federal no sentido de promover uma repactuação que alcance melhorias na educação escolar indígena em toda a área da TIVJ.

Leonardo Ferreira, consultor MEC/UNESCO coordena atividades com os professores da TIVJ. Fotos: Maysa Kanamary

O processo de avaliação da educação do território e a consequente repactuação não eram realizados desde 2010. Por isso, além de um planejamento para o ano de 2025, foi agendada uma data para a nova repactuação do território etnoeducativo, ainda a ser avaliada pelo Ministério da Educação, além da criação de dez equipes de governança para atender o território do Vale do Javari no que diz respeito a esse tema.

Professores reunidos no Sítio Canaã para debater educação indígena. Foto: Maysa Kanamary

Neste momento em que parentes no estado do Pará lutam pela qualidade do seu sistema educacional, a UNIVAJA acredita que é fundamental para os povos originários debater o tema. Só assim teremos a garantia da preservação das línguas e da cultura, instrumentos tão ricos e importantes dentro do processo de proteção da floresta e dos povos indígenas, garantindo uma vida melhor para as futuras gerações. Afinal, a luta pela educação especializada para os indígenas na TIVJ é um exemplo da relevância do ensino como ferramenta para um desenvolvimento justo e inclusivo dos povos originários.

 

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Saúde na Terra Indígena do Vale do Javari

UNIVAJA pede esclarecimentos ao DSEI relacionados à saúde dos povos de recente contato

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) expressa, desde sempre, grande preocupação com a situação da saúde na região da Terra Indígena do Vale do Javari (TIVJ). Nesse sentido, a UNIVAJA vem publicamente reafirmar sua atuação quanto ao tema, acompanhando de perto essa realidade histórica da atenção à questão sanitária, tanto por questões logísticas como de falta de atenção política ao assunto. No ano passado, inclusive, lançamos um alerta de piora do cenário por conta da seca severa que terminou por paralisar toda a rede de transporte fluvial na TIVJ.

Dentro desse contexto, a considerar as últimas denúncias referentes a questões de saúde dentro da TIVJ, – mencionadas na mídia nacional e regional – informamos que, prontamente, fizemos um pedido formal de esclarecimento ao Coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI do Vale do Javari), Adelson Kanamary.

Na demanda, solicitamos esclarecimentos referentes ao plano distrital vigente, número de óbitos e causa de morte de indígenas entre abril de 2023 até a presente data, relatório de saúde de indígenas de recente contato e que se indique de qual maneira o DSEI do Vale do Javari tem consolidado e garantido o funcionamento e a participação dos povos indígenas da região do Vale do Javari tanto no Conselho Local de Saúde Indígena (CLSI) quanto no Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI). Esses dados são de ordem pública e de suma importância por envolverem os povos indígenas isolados ou de recente contato que vivem na TIVJ.

Enfatizamos que a UNIVAJA atua sempre na busca de melhorias no atendimento de saúde na TIVJ. Destacamos a oficialização, nesta semana, de uma Sala de Situação e monitoramento para acompanhamento da alta expressiva nos registros de casos de malária e covid-19 ocorrida entre o fim do ano passado e o início de 2025. Esse trabalho de monitoramento foi instaurado com participação da coordenação da UNIVAJA, na sede da instituição, e contou com a presença da Secretária de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).

Reunião com equipe do DSEI na UNIVAJA, janeiro 2024.

A reunião também contou com representação do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), através do Departamento de Doenças Transmissíveis; do DSEI do Vale do Javari e da Prefeitura de Atalaia do Norte.
Além disso, a coordenação da UNIVAJA vem realizando, desde 2024, encontros em Brasília e na região de Atalaia do Norte exigindo que as autoridades cumpram com a lei e garantam nossos direitos para garantir a proteção, a saúde e a qualidade de vida dos povos no Vale do Javari – em especial a dos povos isolados ou de recente contato, que são os mais sensíveis dentro da abordagem de saúde pública.
Em outubro de 2024, a coordenação da UNIVAJA realizou reuniões com o Ministério dos Povos Indígenas, com a SESAI e equipes do Ministério da Saúde. Na ocasião, o propósito foi alertar o governo da urgência de um plano amplo para atender às necessidades logísticas de remoção de doentes, com mais agilidade na troca de equipes de saúde e no envio de insumos para as aldeias. Desde então, seguimos exigindo das autoridades uma resposta mais efetiva para os nossos problemas.

Coordenação da UNIVAJA em reunião com a SESAI em Brasília, outubro de 2024.

Consideramos que é extremamente necessário um debate sobre o tema e, mais que isso: que a decisão relativa ao comando do DSEI deva ser tomada pelo conjunto de lideranças da TIVJ. Reforçamos, como já divulgado anteriormente, que será realizado o encontro de lideranças no final do mês de fevereiro e que esse assunto estará presente na pauta de discussões durante a assembleia.

A luta pelo bom atendimento de saúde no Vale do javari é diária e continua. Devemos todos fazer parte dela. Sabemos que a situação não é a ideal e já apresentamos aos órgãos competentes nossas demandas. Aguardamos os esclarecimentos do DSEI e confiamos que as autoridades irão atuar em conformidade com a lei, apurando os fatos e tomando as medidas necessárias caso irregularidades sejam confirmadas, nos auxiliando a proteger todos os povos e a população da TIVJ.
Reiteramos a importância de atenção aos sintomas e a busca por um diagnóstico rápido para esclarecer qualquer caso, – tanto de covid, malária ou qualquer outra doença – assim como, o uso de máscara e bons hábitos de higiene, como lavar bem as mãos. O uso de máscara, especialmente, pode evitar a disseminação de doenças no Vale do Javari. Convidamos a todos que participem desse processo em construção, nos indicando sempre que possível onde são mais necessárias as melhorias.

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Por recomendação sanitária, Opi, Coiab e Univaja suspendem realização de intercâmbio no Vale do Javari

Aumento em casos de covid 19, influenza e malária na região provocou adiamento

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Observatório dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato (Opi) e a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) comunicaram a suspensão do segundo intercâmbio entre coletivos indígenas de vigilância e monitoramento para proteção de povos isolados, que seria realizado entre 27 de janeiro e 2 de fevereiro, na Terra Indígena Vale do Javari. O adiamento atende recomendações sanitárias da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e da Frente de Proteção Etnoambiental da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no Javari.

De acordo com nota técnica enviada pela Sesai ao Opi, houve um aumento do número de casos de doenças respiratórias no estado do Amazonas, que coincide com o período sazonal de crescimento, no Brasil, de infecções por influenza, covid 19 e outros vírus respiratórios. Ao mesmo tempo, há registro de um surto de covid 19 em pelo menos uma das aldeias do Vale do Javari, o que exige maiores cuidados com o trânsito de indígenas para as cidades da região e também a entrada de não indígenas no território. A região enfrenta também um aumento nos casos de malária.

Como se trata da terra indígena com maior número de povos indígenas isolados no país – são 16 registros – o alerta sanitário tem mais gravidade, dada a maior vulnerabilidade epidemiológica desses povos. O encontro adiado reuniria indígenas de várias regiões da Amazônia brasileira onde vivem grupos em isolamento, justamente para tratar de sua proteção. “Seria um contrassenso realizar o evento em meio ao alerta de risco epidemiológico. Vamos fazer o intercâmbio quando for absolutamente seguro”, explica o coordenador do Opi, Fábio Ribeiro.

O intercâmbio entre coletivos indígenas de vigilância e monitoramento para proteção de povos isolados no Vale do Javari será realizado, em nova data a ser anunciada em breve, na aldeia Massapê, do povo Kanamari, reunindo convidados de várias regiões da Amazônia brasileira. É o segundo encontro do tipo a ser realizado pela Coiab e pelo Opi, com apoio da Comissão Pró-Indígena do Acre (CPI Acre). O primeiro ocorreu em maio de 2023 na Terra Indígena Kaxinawá, no Acre.

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Convocação de Assembleia

A Coordenação Executiva da União Dos Povos Indígenas Do Vale Do Javari –
UNIVAJA, nos termos dos arts. 3º e 6º de seu estatuto social, convoca todos os
seus membros para o dia 27 de fevereiro de 2025, na comunidade Txexe Wassa
no Rio Branco, às 7:00 horas, para deliberar em assembleia geral extraordinária
sobre a seguinte ordem do dia: 1) reforma do estatuto social.

A representação de seus membros se dá na forma do estatuto.

A assembleia geral extraordinária será instalada com a presença da maioria
simples de seus membros.

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UNIVAJA promove 1º Encontro sobre Violência de Gênero e Direitos das Mulheres

A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) realizou um encontro de conscientização pela eliminação da violência contra as mulheres. O evento, que aconteceu entre os dias 27 e 29 de novembro, reuniu mulheres indígenas, líderes comunitários e autoridades locais em torno de um objetivo comum: debater ações e medidas para proteger a população feminina na Terra Indígena.

Participaram do encontro, como palestrantes, mulheres indígenas que compartilham suas perspectivas e conhecimentos acerca do assunto, como Juliana Matsés, – também organizadora do evento – que dividiu com o público informações sobre os tipos de violências, física e psicológica, que as mulheres podem sofrer, e os canais pelos quais elas podem denunciar.
Marina Matses, do povo Mayuruna, fez uma apresentação baseada na Carta Internacional sobre Igualdade de Gênero e Direitos Humanos e ofereceu um panorama sobre o cenário mundial da violência contra as mulheres e meninas, além de um histórico sobre esta luta feminina em todo o mundo.

“Daqui temos que sair esperançosas na intenção de querer mudar nossa vida e nosso ambiente, por nós e pelos nossos filhos” disse Marina.

Também fez parte da programação uma palestra do delegado da cidade de Atalaia do Norte, Wesley Zarate Morais, que abordou as medidas protetivas da Lei Maria da Penha e as mudanças que ocorreram no texto nos últimos anos com o objetivo de dar mais suporte às vítimas. Ele destacou não só a importância da denúncia, mas do apoio da sociedade após a ocorrência do ato violento.
Durante o encontro as mulheres também compartilharam narrativas e relataram casos que violências que vivenciaram e como superaram essas difíceis experiências.

Os casos de violência doméstica podem ser denunciados ligando 180, este número é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra a mulher. No “Ligue 180”, também é possível obter informações sobre os direitos da mulher, a legislação vigente sobre o tema e a rede de atendimento e acolhimento de mulheres em situação de vulnerabilidade.

A violência contra as mulheres é uma realidade alarmante em todo o mundo. De acordo com a organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% das mulheres experimentam violência física ou sexual por seus próprios parceiros, a maior parte dos casos de violência doméstica. A UNIVAJA acredita que abrir o diálogo sobre o tema representa um passo significativo na luta contra esse tipo de violência. Juntos, podemos construir um futuro mais seguro e igualitário.

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